quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Esponja (Poema)


Eu sou uma esponja

E vivo assim, absorvendo o ambiente ao meu redor

Às vezes ele me levanta outras vezes me mata

Como uma faca de dois gumes

Mas não consigo evitar ser alterada pelo que está ao meu redor

E assim vou carregando dores que não são minhas

Defendendo causas que não são minhas

E esqueço de mim

Eu gostaria que houvesse apenas o silêncio

E eu ficasse sozinha no pequeno apartamento

Quieta!

Assim eu não seria ninguém senão eu mesma

Mas mesmo sozinha ainda haveria dor

Porque não posso ignorar o mundo la fora

As pessoas choram, sangram e ninguém se importa

Elas perdem a se perdem e não se importam

Ao posso ser apenas uma observadora com tudo isso

Não posso ficar em silêncio

Porque do mesmo jeito que absorvo o que está ao meu redor, modifico as pessoas

E não sei se isso é um dom ou maldição

E fico aqui sem solução

Apenas com papel e lápis na mão

Eu sou uma esponja, independente do meu querer

E vou ser eternamente uma esponja

Porque num mundo onde ninguém se importa

Acho obrigação ser alguém que tem um coração

E vai ouvir você!

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