domingo, 23 de janeiro de 2011

A Amazona Perdida.Part I


Amazona perdida.

Eu sempre fui estranha, pois diferente da maioria eu me contentava em ser invisível, não fazia questão de que as pessoas notassem a minha presença, para ser bem sincera não queria ser notada, estava bem no meu canto, no meu mundo particular, a solidão não é assim tão ruim.

Eu já estava acostumada com a minha vida, quando um fato me fez por um momento ser notada e essa é a minha história, de como uma garota sem nada em comum, ou qualquer coisa extraordinária, se tornou uma guerreira e venceu todos os seus medos.

Capitulo 1-

O despertador tocou e eu me levantei sobressaltada, cm o susto cai no chão e bati minha cabeça no criado mudo.

Ótima maneira de começar o dia olhei para meu despertador:

05h30min

Segunda-Feira

Droga!Acordei bem antes do previsto, a escola só começa as 07h00min, mas isso não é surpresa, eu não tenho dormido muito bem ultimamente, sempre tenho tido pesadelos horríveis, mas nunca vejo rostos, só sinto uma escuridão terrível, e a maldade me invadindo, pensar nisso, me deu arrepios e minha cabeça começou a doer, levei a mão ao local da dor, certamente ia ter um galo ali, não que alguém repara se, porque a quantidade de cabelo crespo cacheado que eu tenho na cabeça seria capaz de cobrir qualquer coisa.

Fiquei de costas para o chão e comecei a encarar a parede, porque eu tinha que ser assim tão... Eu mesma?

-Diana?

-Mãe?

-Você tá bem filha?Ouvimos um barulho lá embaixo.

-To mãe, foi só um pesadelo, não se preocupe estou bem!

-Ta volte a dormir.

Eu me levantei e fui até o banheiro do meu quarto e tomei um banho, sai do chuveiro, vesti uma calça jeans e peguei uma blusa preta que disfarçava o tamanho dos meus seios, me sentei de frente para o espelho e suspirei.

Eu nunca ia ser como a Taylor Stefany, ela era alta, loira e perfeita e, além disso, namorava o James Taylor, apesar de eu também ser a “namorada” dele, a namorada que ninguém podia ver que tinha que ficar com ele escondido, que passava cola pra ele, que sempre ficava escutando as bobagens que ele me falava, que nunca era defendida quando era humilhada pelas populares do colégio, a namorada perfeita: Que sempre se contentava com menos!

M olhei no espelho mais uma vez.

O que eu tinha de tão rui assim?

Ta certo, eu não era magra, eu tinha corpo, quer dizer, eu tinha bunda, coxa, normal, eu era normal, tá não estava no “padrão”, porque eu não usava 38 e meu busto não era PP, mas tirando isso e o fato de eu usar óculos e aparelho e meu cabelo não ser lá aquelas coisas, o que eu tinha de mais para ser tão esquisita?Porque eu simplesmente não me encaixava naquele lugar?

Suspirei de novo e comecei a chorar baixinho para não acordar meus pais, era típico, eu sempre fazia isso, chorava quando nem eu mesma me entendia, sei La, às vezes ser invisível, não é lá grande coisa.

Meu despertador apitou de novo.

06h30min

Segunda-Feira

Sai do quarto, e me dirige a cozinha, minha mãe já estava me esperando com o café da manhã.

-Bom dia Diana, como se sente?

-Bem melhor agora!

-Diana eu e seu pai queremos falar uma coisa com você.

Engasguei com o café.

-Por quê?O que eu fiz?

-Nada amor, é que amanhã é seu aniversário, e você vai fazer 17 anos e...

-Mãe, não precisamos ter aquela conversa sobre sexo né?

-Diana, não é isso, é que você está crescendo e...

-Mãe, eu sei que não sou a garota mais popular do mundo e que nem tenho namorado, nem amigos e não saio muito e coisa e tal, mas relaxa eu to bem, sério!

Consultei meu relógio de pulos eu tinha que correr se quisesse chegar a tempo de pegar a primeira aula.

Me levantei, dei um beijo na minha mãe e sai correndo para não perder o ônibus.

-DIANA!

-Quando eu chegar à gente conversa!

Sai correndo em direção ao ponto. Droga!

Como eu consigo isso?EU acordo duas horas antes de começar a aula e consigo sair de casa atrasada.

Um trovão cortou o céu, parecia que ia chover, e o pior pareci que ia ser uma tempestade daquelas.

Quando cheguei no ponto de ônibus, já estava chovendo, e não tinha ninguém la, provavelmente o ônibus já tinha passado, agora eu tinha que escolher entre correr quatro quadras pelo parque abandonado, ou correr mais de dez quadras pela cidade, a chuva começou a ficar mais espessa, acho que não tinha opção, corri em direção a mata.

Assim que entrei no parque, me arrependi de ter escolhido aquele caminho, por que lembrei que arvores, são ótimos para raios.

Comecei a correr e na metade do caminho eu estava encharcada, as chuvas em San Diego, nessa época do ano são fortes, o parque estava deserto, e as arvores pareciam mais agressivas, quando eu entrei na parte mais densa, eu avistei uma mulher alta, loira e com umas roupas esquisitas feitas de folhas me encarando, a tempestade não parecia assuta-la, nem o cara que estava ao lado dela, ele parecia forte, e tinha uma coisa, sei lá, que me dava medo, estava de óculos escuros, mas podia jurar que me avaliava também.

Eu tentei ir à direção oposta, mas alguma coisa naqueles dois me atraía, eu não sabia o que.

Me aproximei deles e a expressão da mulher se abrandou.

-Ola Diana, está atrasada!

Não consegui falar nada, eu podia sentir a tempestade, ficar mais forte, mas eu não estava molhada, parecia que ali a tempestade não podia me atingir.

-Tem certeza que é ela Pentesiléia?

A mulher assintiu e disse:

-Você não consegue sentir a áurea dela?

-É, mas eu imaginei que ela seria mais... Forte, talvez?

A mulher riu.

-Você não faz idéia do quanto ela é forte.

Os trovões ficaram mais intensos o homem suspirou.

-Então que seja assim.

O homem e a mulher ficaram apenas há um palmo de distância de mim, eu queria correr, mas não conseguia, eu queria gritar, mas não conseguia, eu queria fazer qualquer coisa que fosse não ficar lá parada com uma cara de tonta, mas simplesmente não conseguia.

O homem tirou os óculos e eu podia jurar que os olhou dele era feitos de fogo, fúria e guerra, a mulher pegou meu pulso, me encarou assim como o homem.

Juntos eles disseram.

- επιλεγεί

Que eu entendi como “Escolhida”, o resto eu não me lembro, porque meu pulso começou a queimar até eu não agüentar mais e desmaiar sozinha, no meio da tempestade, no escuro.

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