"Não podemos aguardar que os tempos se modifiquem e nós nos modifiquemos junto, por uma revolução que chegue e nos leve em sua marcha. Nós mesmos somos o futuro. Nós somos a revolução."
( Beatrice Bruteau )
Eu não me lembro muito bem do meu passado.
Para ser bem honesta esse não me é muito interessante, há certas partes em que eu queria esquecer outras queria reescrever, enfim, o que aconteceu comigo não justifica o que eu sou.
Nada justifica o que somos.
Eu já tive muitos nomes, muitos rostos, mas nenhum me definiu por completo e nem poderia. Não me considero uma justiceira, heroína, ou assassina, ainda não descobri em que termo me encaixo.
Podem me chamar de Fúria, há muito tempo me chamam assim.
E essa é a minha história.
Capitulo Um - Começo.
Bom, tudo começou na primavera, minha família morava n interior da Alemanha, éramos judeus, honestos e tínhamos um pequeno comercio que sustentava a família e nos garantia certo prestigio social.
Éramos felizes, até chegou o tempo de que nossa gente foi subjugada e caçada como animais, minha casa foi arrombada e eu corri, tentei me esconder atrás de alguma coisa, mas os soldados me acharam, eles sempre acham.
Eu não me lembro muito do que aconteceu, afinal, isso aconteceu há muitos anos, se não séculos, mas enfim...
Eu só me lembro das injeções, todos os dias de cores diferentes, acredito que eu era exposta a algum tipo de radiação todos os dias, porque com o passar do tempo meus olhos passaram de azuis para um verde negro e profundo.
Eu sentia muita dor, desejava todos os dias a morte, a essa altura eu não sabia ao certo quem eu era, PR dentro e por fora, começava acontecer algumas transformações em mim, que eu não conseguia compreender.
Eu queria ir para casa, mas eu não sabia ao certo onde ficava minha casa, que queria fugir, gritar, chorar, mas não tinha força para nada disso.
Até que chegou um dia, em que colocaram a gente em uma espécie de caixa preta, em se tratando dos soldados, não deveria ser uma coisa boa, porque ninguém nunca voltava de La.
Eu me lembro dos gritos, do gás amarelo, da pele das pessoas derretendo, delas clamando a Deus por algum tipo de milagre, e depois apenas o silêncio.
Mas de alguma forma, eu ainda estava viva, ainda estava respirando, e ao olhar para todos aqueles corpos um único sentimento tomou conta de mim: Ódio!
A porta se abriu e um soldado me observou atentamente, nos olhos nele senti a incredulidade, ele sacou a arma e atirou em mim, mas eu senti apenas um beliscão!
Deixei todo o ódio tomar conta de mim e ataquei aquele homem com toda a minha fúria, só quando senti o sangue dele em minhas mãos é que parei, e senti uma onda de alívio.
Outros soldados tinham visto aquilo me encaravam como se eu fosse o monstro da história, uma única palavra passou pela minha cabeça: Justiça!
E naquele dia o Campo 1697 deixou de existir, e uma guerra silenciosa tomou conta do lugar.
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